sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Amar, Tentar e Saber

Eu estava bem...eu acho. Eu aprendia, lia, tentava, testava, recriava, vivia. Eu sabia. Eu pensava saber.

Eu estava bem, andando, buscando, querendo muito encontrar. Mas o quê?
O sinal, a certeza, o prêmio, a paz.

Eu sempre pensei que encontraria a paz. Eu achei que com Amor, eu alcançaria a Paz. 

Então eu amei. Amei muito. Amei quem me amou, quem apenas me usou, quem me gerou, quem eu gerei, quem me buscou, quem me pediu. Amei de uma forma intensa, imensa, estrondosa. E quanto mais eu amava, mais eu me sentia cheia de Luz, apenas pelo poder de Amar, e mais eu amava.
Fui amando, partilhando amor nos meus momentos, nas minhas escolhas, nas minhas palavras, na atitude de cada dia. Algumas vezes fui imensamente feliz.

Outras, chorei dolorosamente, como se um pedaço do meu peito tivesse sido arrancado. Eu vi surgirem respostas avessas ao que eu buscava, eu me desesperei. Eu senti carinhos imensos em outras vezes e sorri de gratidão.

Eu amei muito. Com o tempo aprendi que Amor, mesmo sendo o melhor caminho, nunca é indolor. Amar muito dói as vezes, e esta dor é dilacerante. Frustra.
Mas também aprendi que quando o Amor pousa macio, é a magia mais maravilhosa de todos os mundos poder vê-lo fluir. 
Eu vi. Não troco isso por nada deste mundo.

Infelizmente aprendi também que é uma vez em cem. As outras 99 deixam marcas profundas. Ensinam algo além do Amor e do Poder de Amar... ensinam a Sabedoria de Como Amar.

Eu amei muito, e hoje sei que amei errado muitas vezes. Corri na frente, me adiantei, carreguei no colo, me arrastei, atendi, dei, ofereci e não recebi. Poucas vezes amei ao lado, tranquila, no mesmo passo. Isso me custou muitas lágrimas e algumas rugas de sorrisos incompletos. 
Hoje, olhando minha estrada, e percorrendo meu corpo cansado e verdadeiro, percebo cada cicatriz como uma forma de amar que não deu tão certo como pensei. Mas agora eu sei.

Eu estava bem, enquanto tentava. Tudo era possibilidade, as tentativas todas tinham perfume de vitória... era apaixonante poder amar tanto. Ser filha, irmã, amiga, amante, mãe, parceira, confidente, mulher... Tantos passos para aprender a Amar. Tantos Amores para aprender a Ser.


Eu estava bem, mas agora não sei mais. É estranho parar de tentar. É novo parar de tentar e passar a acertar. Hoje eu sei como acertar. E todo o resto precisa ser aposentado. Muita coisa. Muito tipo de Amor.
Amor velho, que já amadureceu e caiu. Amor que precisa virar semente de novo, em outro chão.
Eu estava bem, mas agora estou apenas... eu mesma. Estranho ser eu mesma. As tentativas me ocupavam tanto que eu nem me lembrava de ser eu mesma. Agora, parando de tentar...preciso Ser. Eu preciso da tal Paz.

E o que mais eu sei é que possuo o dom de amar intensamente, que não desliga nunca se eu não souber fazer isso. Eu preciso saber usar. 
Amor é um poder imenso que não tem manual quando chega no peito. Aparece, e você usa. Com o tempo, percebe que precisa aprender. E se aprende amar... tentando.

No final de todas as tentativas... eu não sei ainda como estou. A Sabedoria às vezes acaba com a gente para chegar. E a Paz... bom, esta ainda não achei.
Mas pelo menos, alguma coisa agora eu sei. Eu sei que Amor é algo que se sabe, e não apenas se sente...

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Depois do Eclipse... liberdade!

Dentro do me peito impera um enorme vazio.

Não é o vazio ruim, aquele da ausência de tudo. Não. É um vazio estranho, feito da enorme inconsciência do que esconde. É mais um vazio de saber, do que de ser. Aliás, de ser não há vazio algum... há fome.

Fome de experimentar, de fazer, de testar, criar... de viver. Fome intensa de tudo que não foi feito, sentido, trocado, pedido, dado ou recebido.

Fome intensa de coisas que não sei que formas tem, mas que invadem meu coração, pedem passagem em um pedido silencioso e intenso, que quase sempre chega emoldurado em lágrimas. Mas não são choro, são alívio. Alívio em forma de água salgada.

Por tantos anos tudo foi sempre igual.
Lutas por migalhas de amor e atenção, por carinhos pequenos acompanhados de tantos julgamentos e cobranças, decepções, frustrações, lamentações. Enormes esforços para cada momento de reerguer e continuar, sempre só. Sempre por mim mesma.
Tantos anos sem ter para quem pedir, com quem contar, de quem esperar apoio ou celebração.

Tanto tempo se esforçando o máximo para receber o mínimo. Isso causa muita dor. Pesa na alma, encarcera a visão pura da criança de Luz.

Sinceramente, eu sempre falei com minha criança de Luz, mas fui a única a se importar com ela. Ela não vive, se esconde, sobrevive entre meus segredos, entre as entranhas da minha mente lógica e razoável, cantando no chuveiro, chorando escondido, de alegria ou de dor. Ela canta, dança sozinha, sonha, fala de coisas impossíveis... e escreve. Escrever sempre foi seu modo de existir.

Esta criança esquecida, não cuidada nunca por ninguém - hoje me dei conta de que ela nunca foi ouvida, nem quando cronologicamente eu era compatível com ela - precisava se libertar.
Não há um só dia, momento ou segundo de espera. Há o agora, há todo momento.

Ela quer viver o que não foi permitido, experimentar o que foi negado, libertar o que foi julgado.

Na ânsia de receber respeito e amor, ela se deixou esconder... afinal, quem ama uma criança cheia de vontade, de rebeldia, com várias visões diferentes das coisas e do mundo? Quem ama quem não concorda, quem não tolera, quem não aceita, quem não respeita?
A minha criança sempre foi "exemplar". Obedeça, obedeça, obedeça. Não minta, não fuja, não resista. Seja forte. Aceite a realidade, compreenda as regras, lute a favor, defenda os valores, amplie o que já existe.

Não dê problema aos outros. Não crie confusão. Seja a solução, crie soluções aos que não conseguem fazer por si mesmo. Ajude os menos favorecidos. Dê mais que recebe. E, depois de tudo isso, fique imensamente exausta, pois nunca será o suficiente, e deixe de ser você mesma.


Eu queria Amor, e comprei a ideia de que a criança atrapalharia nesta conquista tão fundamental a qualquer ser humano. Amor para mim foi vendido como algo feito de respeito e admiração, e o busquei por toda uma vida (ou mais delas, com certeza...). Fui respeitada e admirada, como previsto no meu código de honra... e para minha surpresa, não me senti amada ou aceita. Nunca.
Fiz tudo "certo", fui forte, lutei, provi pessoas, construí coisas. Mas nunca fui amada.
Como poderia ser amada se minha verdade se escondia para ser o que esperavam que eu fosse? Como pode receber amor uma realidade que nunca foi realmente exposta e conhecida?


Hoje, depois de tantos anos tirando cascas e cascas de dogmas, dores e regras emboloradas de cima da minha Luz, eu sinto finalmente que sou muito mais interessante que pensei. 

Tenho ideias inusitadas, vontades inexplicáveis, pensamentos inovadores e polêmicos e provavelmente agradarei muito, muito menos que antes aos que tanto tentei conquistar. A minha grande porta de libertação é que não me interesso mais por esta conquista vazia, desenfreada e inútil por amor comprado e condicional.

Existem pessoas que não se sentiram amadas a vida toda por não terem sido aceitas como são. 
Eu quase sempre fui aceita, mas apenas porque decidi abrir mão de quem sou para isso. Sinceramente, eu não consigo quantificar a dor de todos. Dor é sempre dor.

Mendigando o carinho e o respeito que pensei precisar para viver, abri mão de ideias, de sonhos, desejos secretos e verdades que sempre cultivei internamente. Abri mão de descobertas, loucuras, riscos e conquistas. Nunca mais.

Hoje, quando posso olhar em volta e sentir Amor no ar, na terra, no sol, no mar, nas plantas, no meu corpo e na minha alma, não me sinto mais vítima de chantagem alguma. Sinto minhas lágrimas rolarem, mas acredito que sejam de alívio, de cansaço, de alegria até...menos de tristeza.
Eu passei da fase de sentir pena de mim. Precisei chorar a perda sim, tocar meu tambor da dor, mandar meus uivos de tristeza para a lua... mas acabou.
Sou uma pessoa fantástica, como todas as pessoas que existem. Tenho peculiaridades, esquisitices, manias e belas surpresas dentro de mim, e amar tudo isso é agora meu desafio mais perfeito e querido.

O Amor que senti ultimamente vindo do Cosmo banhando a humanidade e o planeta fez um enorme processo de cura dentro de mim. A Liberdade incondicional de ser amada como sou, de escutar um Mestre me dizer "O que precisa para ser feliz? Você será atendida, seja no que for, dentro da sua Luz", sem condições, sem críticas, cobranças, julgamentos ou trocas... é maravilhoso. Simples assim.


Há sim um vazio dentro de mim.
Um vazio deixado por tudo que joguei fora. As necessidades, as perdas, as comparações, cobranças e inseguranças de alguém que precisava ser aceito para se aceitar. Um vazio bom, libertador, que agora abre espaço para que minha Luz se liberte.
Eu sei que farei coisas novas. O mundo agora me parece um enorme mar de possibilidades sem fim.
Eu estou na praia da vida, nua, livre, pronta para meu mergulho de batismo. Sentir a água salgada no corpo, e poder nadar para qualquer lado, a qualquer velocidade ou direção, parar ou seguir, reiniciar ou voltar, poder escolher sem peso algum, é inexplicável.


Eu não sei quantas pessoas se sentem assim em suas curas. Mas sou solidária a todas elas.


Amor... aí vou eu. Para nunca mais voltar.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Amor, Dor e Brigas

Este Novo Portal da Lua Cheia de Agosto trouxe à tona as nossas relações...



Chamou ao palco nossos relacionamentos, todos eles, para serem analisados, cuidados, reavaliadosamados, perdoados, curados e transformados.
E através dos relacionamentos, tudo que não podemos ver sobre nós mesmos, apenas mergulhando na própria alma, também é revelado.

Somos difíceis de nos relacionar. Precisamos que os relacionamentos nos apoiem no que não temos tanta certeza e que nos escutem no que achamos que temos muita certeza. Ou seja, queremos sempre nos impôr aos que nos são caros - ou nem tanto - para reforçar nosso poder pessoal, e esperamos que o outro apenas aceite. Mas eles estão se sentindo exatamente como nós, carentes de poder pessoal, necessitando de apoio... e a guerra acontece.

Infelizmente as pessoas brigam... As pessoas se decepcionam, se frustram, se irritam com sua impotência diante da vida. Dói.
De repente algo acontece e não gostamos, não suportamos, e não podemos evitar. Queremos algo diferente, que os outros mudem, que nos apoiem, que nos tirem daquele sofrimento que parece não ter fim. E se nada disso acontece, muitas vezes brigamos.
Brigamos porque queremos apoio, um apoio que não querem nos dar.
Mas será que estamos assim tão certos? Por que o outro não apoia? Será que abrimos nossas mentes para ver o que ele vê, nosso coração para sentir o que ele sente? Ou estamos duros, intransigentes na nossa dor?

Dor não significa razão.
Cada um defende as suas da sua forma, e um emaranhado de confusão, agressividade e cobrança se forma nas nossas vidas. 

Palavras fortes, verdadeiros socos verbais que são difíceis de esquecer.
Muitas pessoas já estão em briga com a vida há muito tempo. Suas almas sofrem tanto que basta uma atitude fora da sua expectativa para proferirem palavrões sem pensar. A energia que cada palavra desta carrega de raiva é enorme...chega ao peito do outro como um golpe fortíssimo, quase igual ao físico... é muito triste. Às vezes são amigos, amantes, pais e filhos, ou desconhecidos. Mas dói mais quando o Amor entre as pessoas é maior.
Dói em quem profere a palavra, em quem que a recebe sem aviso.

Brigamos porque estamos tristes, ofendemos porque não conseguimos lidar com nossa dor e estamos jogando tudo ao mundo, espalhando nossas decepções por aí, nos sentindo incapazes de resolver nossos desafios.
Não, não brigamos porque o outro é errado, porque não vê a verdade que vemos, porque as pessoas não são capazes e não nos ajudam. Brigamos porque sentimos dor.


Se o problema fosse apenas o outro, conversaríamos. Se apenas ele estivesse errado, teríamos calma para escutar e ajudar a consertar.

Brigamos porque perdemos o controle das nossas emoções, das nossas ações, porque sentimos tanta frustração e impotência que não conseguimos nos segurar. E machucamos.
Quando os dois lados estão assim, então, a briga fica incontrolável.
Mas quando apenas um lado perde o controle, a briga fica curta, previsível. Não se estende, mas alguém sai mal por ter machucado, e alguém sai aos trapos por se deixar machucar tanto.


Brigamos, ofendemos, nos perdemos de quem amamos, justamente por não saber escutar. Pelo orgulho de não mudar, não aceitar, não perdoar. Pela arrogância de querer saber o melhor para todos. 

Pelo medo de deixarmos de ser quem somos apenas por tentar ser mais flexíveis, mais fáceis de lidar, por quem queremos bem. Por não entender que somos todos diferentes, mas temos igual valor neste mundo, mesma oportunidade de existência e aprendizado. Estamos juntos para aprender exatamente isso, e não vemos na crise que, se fossem todos iguais a nós, todas as vidas estariam estagnadas.
Mas aprender com o diferente, não é brigar.
No Amor, seja ele qual for, brigar é retrocesso. Não ajuda, não alivia, não resolve. A briga ofende, agride, deixa marcas difíceis de curar.

Seja qual for o motivo pelo qual nossa dor floresce no peito, ela é nossa. A incapacidade de lidar com ela é nossa. A responsabilidade por ela e o que ela pode fazer aos outros, é nossa. Nós a criamos. Não, não foi o outro que criou nossa raiva, ou angústia, como nosso Ego quer nos fazer acreditar. O outro é apenas o obstáculo, o motivo da mudança, o degrau do aprendizado. A forma como lidamos com isso é apenas nossa. O outro está lá justamente para nos mostrar o nosso limite, nosso equívoco, nossa dificuldade de nos controlar, nos conhecer, de mudar.

Na maioria das vezes perceber isso, já ajuda muito. Saímos do pedestal de sofredores e vítimas daqueles que insistem em nos rodear, e voltamos para nosso lugar de seres em crescimento e autoconhecimento no mesmo nível de todo mundo. 
Se alguém nos incomoda muito, temos algo a aprender com esta pessoa. E enquanto não aprendemos, ela ou outras parecidas irão nos desafiar. Até aceitarmos o desafio e o abraçarmos inteiro, incondicionalmente, sozinhos.
E aí fica mais simples. Vemos primeiro para dentro, e depois para fora. Qual é nosso ponto fraco, e não o do outro.

Com o tempo, mudamos, e o outro se vai. Ou fica, mas muda. Ou nem muda, mas agora já não nos afeta. O fato é que não sentimos raiva, impotência, indignação ou incompreensão. Sentimos controle e poder em qualquer situação, seja favorável ou não. Isso é ser forte.

E no final, vamos um dia agradecer pelo outro não ter fraquejado. Seja ele certo ou errado, nosso desafio ou o amor da nossa vida, será através dele que uma parte nossa se libertará. E sentiremos alívio por ele ser ele e não quem vc sempre desejou que ele fosse.
Sentiremos um alívio impensado hoje,
por estarmos errados, e não certos.
E aí, a briga termina. Simples assim.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Sonhos tem prazo de validade

Sonhos. Todos nós os temos.

Eles nascem com cada um de nós, ou nós que nascemos com eles, não sei bem ao certo. O certo é que quando damos nossos primeiros suspiros pela vida, junto com cada gene, cada célula, cada memória armazenada nos campos sutis do nosso ser, estão todos eles ali, prontinhos... os nossos sonhos.
Gosto de imaginá-los como pequenos pacotinhos de Luz. Pacotes com potenciais, ideias, ideais, questões, curiosidades, missões. Pacotes de vida.

Estão todos ali, no freezer da alma, prontos para serem utilizados, e como qualquer coisa viva, não são iguais, nem previsíveis, e tem prazo de validade.

Sim, sonhos tem prazo de validade, como quase tudo neste e em todos os mundos. Nada é eterno.
Quando estão todos embaladinhos no freezer da alma sentimos tanta alegria, tanta capacidade, tanto potencial em tê-los ali, que sentimos que são eternos. Mas não são.
Os sonhos tem prazo para serem descongelados e utilizados. Um a um, cada um tem seu momento ideal para florescer, e seu ponto máximo de espera para isso.
Dizem "antes tarde que nunca", mas sinceramente, eu prefiro a hora certa, se possível, por favor. Sem prêmio de consolação, pois viemos viver e não nos consolar nesta vida.
Para se viver uma vida que realmente valha a pena, cada sonho tem seu momento de ser lembrado, analisado, tirado do freezer e vivido com seu total esplendor.Isso sim é viver com coragem. E não voltar atrás, não duvidar, não fraquejar. Uma vez tirado do freezer da alma, o sonho pede para ser realizado.
Toda dona de casa sabe que não se coloca nada de volta no congelador depois de descongelado, pois passa a não ter mais suas características primordiais, sua intensidade e frescor. Devolver o sonho ao freezer sem realizá-lo faz com que ele perca um pouco do seu brilho a cada tentativa. Cada vez que o acordamos, não o usamos, e o devolvemos, uma parte nossa - e dele -morre. Dói.

Sonhos delicados, como o de atingir a plenitude na vida sexual, ou encontrar o verdadeiro amor da vida, precisam de muitos outros sonhos realizados antes dele, para que possa finalmente ser descongelado e vivido. Antes ou tarde demais, trazem equívocos e não atingem seu objetivo na maioria das vezes.
Há, além do prazo, hierarquia nos sonhos então... e não respeitar esta ordem também não costuma ajudar. Há pessoas que precisam se tornar grandes profissionais para formarem uma família, há pessoas que precisam de uma família para se tornarem grandes profissionais. Não há certo ou errado, há apenas a necessidade de obedecer a sua própria cronologia de sonhos e não falhar com ela, por nada, nem ninguém...
Tentar viver sonhos fora do prazo - seja de uma infância saudável, de brincadeiras no parque, atingir o ápice de uma carreira profissional, viajar o mundo, sair com amigos, ou viver a maternidade - criam mais negatividade do que realização, seja por querer adiantá-los, seja por perder seu prazo e insistir neles.

E como não perder prazos e esquecer sonhos? Temos ciência de todos eles sempre, o tempo todo? Com a mente não podemos lidar com isso. A mente se confunde no dia a dia, nos medos e nas regras do mundo, e não lê a legenda dos sonhos.
Quem entende a legenda deles é o coração, este que tem linha direta com a alma. O coração os acessa, e é por isso que ele que tem que comandar as decisões da nossa vida...  Mente que é mente, obedece e faz acontecer... mais que isso, atrapalha.
Nossa vida é um realizar de sonhos. Realizar e sonhar, olhando dentro e fora, analisando e mergulhando dentro de nós para nos guiar, saindo, observando, convivendo, e fazendo acontecer pelo mundo, deixando nele a nossa marca. Tudo consiste no fluir.
Há os novos sonhos, quando novas buscas surgem e novos rumos são empacotados e acolhidos pela alma. Novos sonhos, evolução do espírito... tudo de bom.

O problema é seguir direto, nos direcionando apenas pelo que nos afeta por fora, nos preocupando com tudo e todos ao redor, e deixando de olhar para dentro do congelador para lembrar do que realmente importa.
Prazos podem estar vencendo e não fazemos nada por nós. Estamos com fome e procuramos comida fora. A alma murcha, a mente pira, e continuamos guardando o sonho para mais tarde, achando que é eterno, ou fingindo que ele não está lá. Ele está, está envelhecendo e você precisa dele para ser feliz.

Sonhos tem prazo de validade. A cada vez que uma data de sonho importante vai chegando no limite, a alma liga o alarme de vida. Ela grita. Sentimos tristeza, angústia, impaciência, raiva, desgosto... isso pode ser sinal que a data limite de algum sonho está prestes a vencer e isso tem que se tornar prioridade na nossa vida urgentemente.
Escalar uma montanha, construir um império, conquistar fama, trabalhar na Nasa, ser bailarina do teatro municipal, viajar pelo mundo de mochila, viver uma grande paixão, ter uma nova profissão... as datas são específicas, precisam ser reconhecidas para serem realizadas com plenitude... senão vão perdendo o brilho, até se tornarem inviáveis.... Precisam de cuidado, carinho, dedicação e planejamento. Sem desvios, sem desculpas, com vontade, alegria e sabedoria. Senão vencem... e não vingam.
Sonhos já vencidos que continuam na alma mudam de nome. Passam de sonhos para frustração. E não há retorno para isso. 
As frustrações vão entupindo nosso freezer ao longo do tempo, deixando cada vez mais difícil o acesso aos sonhos ainda possíveis. Confundem, cansam e nos massacram, destruindo nossa auto-estima.
A rotina é simples. Sempre olhar para nosso freezer procurando por sonhos e datas. Podemos encontrar algo que ainda não é hora de realizar, e devolvemos. Algo que é o momento de acontecer, e o retiramos, e o alimentamos com energia, sabedoria e amor. E seguimos para a manifestação e não nos deixamos desviar.
Mas podemos encontrar sonhos que já venceram. Ser atleta de olimpíada, ou jogador de futebol... Ser modelo de revista, ter muitos amores, ser a rainha do baile da escola ou ter uma festa de quinze anos.
Isso pode já ter vencido, e não é ruim.
Somos um mar de sonhos e é impossível realizá-los todos. São apenas nossas possibilidades infinitas oferecidas por um Universo amoroso que nos cerca. 
Quando algo já foi, sem nunca ter sido, não lamente mais, não leva a nada. É hora do desapego. 

Não caia nessa de guardar isso como um tesouro macabro, ou de projetá-lo nos filhos. É momento de liberar o sonho não realizado e sua energia, e entregá-lo novamente ao Universo. Sem dor.
Pense que não os realizou mas realizou outros no lugar, e ainda tem outros a realizar. Ou crie novos possíveis e ainda válidos para fazer acontecer. Há sempre algo maravilhoso para criamos na nossa vida até o último instante.


Sonhos já vencidos são frustrações, ocupam espaço no coração e na mente e não servem para mais nada. Desapegue. Já foi.
A responsabilidade de administrar nosso freezer é apenas nossa. Não de nossos amigos, amantes, parentes, pais, irmãos, governos, patrões, sacerdotes. Eles não sabem quais são nossos sonhos. Eles não abrem nossos freezers. Eles não sabem ler as legendas de intensidade, prioridade e prazo. Somente nós podemos fazer isso. Somos os mestres da nossa história, da nossa fábrica realizadora de sonhos e isso é libertador.

Sonhos tem prazo de validade e precisam de você, só de você, para acontecer. 
Vamos dar uma olhada no freezer e na vida. 
Em qual sonho seu você está trabalhando, exatamente agora, na sua própria direção?






segunda-feira, 18 de maio de 2015

Espirais da Vida


Era pra ser uma conversa de amigas.

Ela, invisível à maioria dos olhos mas tão bela aos meus como sempre, e eu, deitada na cama, com as mãos no coração, respirando fundo e querendo entender.
Aonde estava o que me faltava? Era falta ou apenas confusão? Precisava mudar ou apenas lapidar o passo?
Eu olhei para ela e vi o sorriso doce de sempre. Igualzinho ao que vi pela primeira vez. Tinha quase 12 anos, eu acho. Vi a grande pena branca na sua fronte, segura por um cordão de couro. E o nome veio à minha mente... White Feather. É... em inglês. E assim foi por muitos anos.
E hoje, depois de quase três décadas de convivência contínua e verdadeira, ela ainda me via como uma menina. Hoje, sou uma mulher, e ela, que era uma mulher para mim quando a conheci, me parece uma menina...


Eu sentia algo bem fundo no peito e sabia que ela também. E me olhava daquele jeito de sempre que diz "Vai, mergulha, há algo bom aí..."
Eu fui, rodando, descendo, descendo e rodando..

Um mar inteiro de possibilidades, era o que eu via. E depois escolhas, e mais possibilidades. Uma ciranda, uma roda sem fim, crescente, espiralada, rumando ao infinito... ou para dentro de mim.
Mas respirando dentro dela... eu vi um final. O final de toda uma era. De uma sequencia incontável de vidas, trabalhos, enganos, lutas, perdas, conquistas, amores e dores.
Sinceramente, foi muito bom. Parte de mim desejava profundamente um descanso, um desfecho, uma mudança, uma marca de fim. Uma permissão para reiniciar. "Amor pra recomeçar".
Todo meu desconforto se foi, em um relance apenas. No toque de consciência com aquela espiral de vida, da minha vida, toda a cura foi tocada. Foi um suspiro bom de liberdade, um mantra de gratidão. Eu fluía com a vida, eu respirava minhas escolhas..e só o que eu precisava era aprender a ser fiel ao que eu acabara de sentir.

Quando sua alma se despe para sua consciência pura, quando você sobe na espiral das sua verdades internas, uma por uma, cria um momento tão profundo e maravilhoso que é difícil descrever. Um segundo apenas, e tudo que te frustra não significa mais nada. Um respiração, e o dilema da vida se dissolve no pó.

Só sobra você - assim, inteira, nua, livre, independente, ardente, clamando pela vida nova. Sobra uma luz intensa que não precisa mais da aprovação de ninguém, que confia de um tanto em si mesma que nada poderia pará-la.

Sobra apenas uma verdade enorme e indiscutível de que tudo o que dói não faz parte de você, pois você é amor e luz, apenas isso. O resto te ensinaram para te manipular, te constranger, diminuir, enfraquecer, te parar. Eu sou Luz.
E Luz pode o que quiser. Principalmente o maior prazer de qualquer Luz que é iluminar algum escuro por aí. Qualquer escuro que puder ser iluminado pela sua Luz.
Não há graça em ser Luz e estar embaixo de holofotes, ou apenas compartilhar o que já é conhecido. O belo trabalho da Luz é trazer o que não é visto, conhecido, sabido, aceito, entendido, compreendido, à visão. Iluminar alguma sombra. É aí que a Luz se faz poderosa e feliz.
Eu entendi naquele mergulho... Apenas quem se vê na sua sombra é que precisa estar sempre na consciência do conhecido, precisa seguir o que já foi feito, precisa acreditar no que já foi dito. Apenas quem não compreende sua própria Luz precisa da Luz de alguém mais.
Minha luz, por sua vez, tinha a alma de desbravadora, inovadora, corajosa e destemida. Foi muito bom senti-la.

Ela poderia responder a qualquer pergunta que a ameaçasse, cuidar gentilmente de qualquer obstáculo que a atrasasse; ela seguiria tranquila, em curvas, ao som de uma bela melodia angélica, um mantra sagrado, dançando através das pessoas, driblando ideias, envolvendo outras, transformando a paisagem, desvendando mistérios, trazendo respostas, juntando os pedaços, fazendo respirar....


Eu era o Todo e o Todo estava dentro de mim, pulsando, junto com meu coração. Eu o respirava, forte, mas doce, e entendia que eu fazia parte de algo muito, muito maior que as dúvidas que me assolavam no início do meu dia. Ou nas últimas semanas. Ou dos últimos milênios. Eu sabia de tudo, naquele momento, e posso dizer, que ali, eu era a própria magia.

Respirei profundamente aquelas luzes, as cores, os sons. Trouxe tudo que pude para dentro, na tentativa de curar os equívocos, as dores ou alguma cicatriz insistente. E fui deixando a consciência ir... em espiral.
Adormeci, com as mãos no peito, respiração ofegante, por vários minutos. Não lembro de nada. Não sonhei. Quase uma hora depois, meus olhos se abriram e tentei mentalizar minhas vivências. Sem sucesso.
O que aprendi é que coisas do coração não se mentalizam. É muito para muito pouco. É como escoar o mar pela vazão de um riacho. Impossível.
Então respirei e pedi que minha mente se permitisse tão, mas tão aberta, que nenhum filtro antigo sujasse as memórias de minha viagem. Que ela fosse gentil no dia a dia, que espiralasse pelas minhas vivências, quando precisasse dela nas minhas escolhas, ideias e atitudes. Que acreditasse que há algo novo muito melhor que tudo o que ela guarda, e era tudo para mim.

Não sei se ela ouviu tudo. Espero profundamente que sim. Foram séculos de trabalho para estar aqui, exatamente aqui, agora, e participar deste momento. Foram séculos de preparação para se libertar uma luz tão pura, tão poderosa, gentil e bela. O mínimo que minha mente precisa ser é parceira.
E volto fluindo.

Minha amiga continuava ali, ao meu lado, depois do meu sono, com sua aura cor-de-rosa, envolvendo minha própria aura, meu corpo, minha vontade, me trazendo a ideia de que estava tudo bem.. Pelo sorriso calmo dela, acho que estou realmente, indo bem. Começamos isso juntas e hoje vejo que é justo que terminássemos juntas esta bela história de evolução e superação. No início como no fim. Dentro como fora. Acima como abaixo. Tudo parte da mesma energia, lados da mesma moeda, vivências da mesma história.

A espiral da concha, do caracol, da evolução, da energia subindo aos chakras, da galáxia, da chama violeta... A mesma magia, o mesmo encanto, a mesma continuidade crescente, evoluindo, expandindo, ou centrando, mergulhando... dependo apenas da sua intenção.

Final? Não acredito mais nisso. Não há finais em espirais, apenas subidas de nível. Este é um mistério que minha Luz teve alegria em iluminar. Não há finais, e isso não é mais um mistério. É realidade.

Assim como o Amor. Ou a Alegria. Ou a evolução. Puras realidades. Minhas, suas. Todas esperando para surgir na Luz de cada um de nós.
Cada um no seu agora.

sábado, 9 de maio de 2015

Energia Nova de Liberdade

Ah, a energia nova... Que gosto bom que tem!

Desce fresquinha, suaviza a feição do rosto, libera toda a química do Bem. Não tem nada igual.

E enquanto ela vai correndo pelos corpos invisíveis e visíveis, vai liberando verdades escondidas, preciosidades queridas, e inundando a alma de revelações e poder.

Algumas coisas simplesmente são elucidadas! Por que insistir em algo que não acontece nunca? Por que adiar algo que parece sempre ser a maravilha da vida mas nunca é a prioridade? Por que suportar incômodos constantes? Por que dizer sim já sabendo que não queria dizer? Por que defender o outro mais que a mim? Por que se empenhar tanto por quem não se empenha por si mesmo? Por que deixar o dia passar ligeiro e sem cor, apenas para não incomodar ninguém?

Besteiras, besteiras, besteiras... tantas e antigas.
A energia nova questiona, e faz tudo parecer tão óbvio. Cada um é cada um. Eu já dizia isso aos quatro anos.
A cada célula banhada por ela, a bela energia dourada da iluminação, a transmutação óbvia traz algo tão maravilhoso quanto simples... liberdade.

Liberdade de ir, voltar, largar, testar, errar, e rir. Rir dos erros e dos acertos. Ultimamente a única dor que tenho aceitado é a dor do cansaço por algo maravilhoso acontecendo... Só isso.

Meu corpo pode doer, demorar a se encaixar, mas está tuuuuuudo bem. Doer para ficar melhor eu aguento sorrindo e entoando mantra! O duro é a dor que te diz que de novo está como você nunca quis. E você não pode evitar. De novo. Sem condições.

Aprendi com clareza agora que minhas lições tem seu próprio ritmo. Um pouco a frente que o coletivo, simplesmente para poder fazer meu trabalho de farol. Sempre foi assim. Sigo quem veio antes de mim, e aprendo muitas coisas antes que outros, para criar algumas placas ao próximo navegante. Roda da Vida.

Algumas coisas que ouço serão ditas e repetidas por anos, e a cada ciclo mais e mais podem ouvir. É o caminho da espiral, do centro para fora, começando com poucos e aumentando na corrente.
É bom assim. Mas para continuar a rodar preciso estar na ponta, vibrando a favor do vento da nova consciência, sem titubear, sem frear para esperar ninguém. Senão piro. Quase pirei.

Encaixar-se na caixinha é pedir que levem suas asas. São suas, conquista pessoal e intransferível. Quem conquistou suas asas, que cuide delas, as defenda, com Amor e garra. Não se importe com quem ainda não as descobriu. Não finja que não as vê, não as feche para não incomodar alguém... 

Novas regras. Não se diminuir para deixar o outro mais a vontade, porque isso não é compaixão, é mentira. Não esperar o outro chegar para dar o próximo passo, pois isso não é amor, é atraso. Não acreditar apenas no que vem de fora, pois isso não é humildade, é falta de fé. Não se encaixar no passado que já não te alimenta, isso não é compreensão, é retrocesso. Fomos feitos para avançar sempre. Sua verdade é a mais pura. Para você. É seu dever respeitá-la como respeita a do outro. Justiça.
Não pode haver paz ou alegria, ou mesmo saúde fora destas regras... não se engane.


A nova Energia agora na veia, chega à matéria pura, quase descontrolada de alegria. Se quiser, vai poder sentir.

Ela diz "Voe, ser de Luz, voe, o mais alto que puder voar..."  e mesmo sem saber o que isso significa, faz um bem danado escutar alguém te libertar, sem condições ou julgamento, sem medo ou culpa. 


Liberdade. Coisa boa de sentir.
Energia nova é isso. E vicia. Ainda bem que tem de sobra no Universo, para quem encontrou sua Verdade no fundo do coração e se ligou na Nova Grade Cristalina do Planeta.

Já era tempo.








segunda-feira, 9 de março de 2015

Aprendizado da Dor

Dói.

Dor é dor, e dói mesmo. Não tem como disfarçar, justificar, remendar ou fingir de forte.
Dói.
Dói quando sonhamos demais e colocamos os pés no chão duro. Dói quando abrimos a alma e uma ventania nos derruba. Dói quando a verdade chega fulminante. Dói quando não temos o poder que desejamos. Dói quando pedimos, pedimos, e nunca somos ouvidos. Dói quando queremos compartilhar e não há com quem. Dói quando amamos e o Amor não chega como precisamos.
Dói fundo, fininho, dilacerando a alma docemente, sem terremoto nem furacão, e vai minando a vida a cada instante. Diminui o sorriso, diminui a vontade. Aumenta a dúvida e a fraqueza aparece.
Dor de amor é a pior dor do mundo. Não se pode curar como se desejaria. Cura-se como é possível. Geralmente sozinho. E no Amor, a última coisa que se desejaria é estar sozinho.
Alguns destroem o próprio mundo por causa da dor, outros o implodem educadamente, sem ninguém perceber. Mas dor é dor. Não se pode comparar nem medir.
Dor vem sempre com aprendizado. Ensinar é a função da dor. Mas ensinar o que? Aprender como, com os olhos nublados das lágrimas, da revolta, da mágoa, da decepção, da impotência, do cansaço?
Pois é... Aprender nossos limites.

Toda dor ensina sobre limites. Se dói é porque você avançou algum. Limites físicos, emocionais, mentais, espirituais. Em algum momento você foi além, ultrapassou alguma fronteira. Seja a do outro, seja a da Justiça, da Ordem, do Livre Arbítrio, seja a sua própria fronteira, para dentro. Algo foi transgredido. Este é o único motivo da dor.
Sendo assim, ela nasce dentro. Parece que vem de fora - a gente às vezes tem plena certeza que foi o outro que a causou - mas vem de dentro. Vem da vontade humana de controlar tudo, de criar planos e expectativas para tudo, de se apegar a sentimentos e necessidades que não funcionam mais.
Dói porque brigamos com a Verdade. Por não vê-la ou por vê-la e não aceitá-la. Ou por ignorá-la. Até o maior Amor do mundo não pode mudar a Verdade.
E depois da Dor, o que sobra é a tal da Verdade. Aquela mesma, que foi ignorada... Olhando, tranquila, imutável, constante. É o que é, e pronto. Dói, mas e daí? Bom... daí... Cura!
Curar... aí sim é o processo do Amor. Amor real, sem julgamento, que abraça, envolve, escuta e nutre. Assopra a ferida, e diz que vai fica tudo bem. Mesmo sem acreditar que vai ficar bem de novo - isso parece simplesmente impossível no auge da angústia - Amor-próprio ainda continua sendo a melhor saída...
Assopra a ferida, inspira, assopra de novo. Aos poucos o soluço passa. A respiração muda, troca o ar velho pelo novo. Continua assoprando.
Quando parar de arder muito, você consegue pensar. Aí, vai poder entender.
Mas por enquanto... assopra. Faz diferença.
Dor que é dor precisa de calma e carinho para curar. Não dá para ter raiva da dor. É o mesmo que se odiar, já que ela é sua... lembra do Amor-Próprio da cura? Então...
Fomos criados com poderes de auto-cura. Nosso corpo físico é capaz de se refazer de formas inacreditáveis. E todos os nossos corpos podem se regenerar depois de um trauma. Com cuidado, atenção, sem diminuir ou aumentar o problema. Com seriedade, assim como a cura de uma queimadura grave, ou um corte profundo. Devagar, com carinho, atenção e cuidado, aos poucos a cura vai aparecendo.
E deixa o saldo do aprendizado: a cicatriz. Esta, não podemos - nem devemos - evitar. Ela diz quem somos, o que passamos e o que já aprendemos. Cicatrizes são nossas marcas de coragem.
São mais duras e firmes que o tecido original. São mais fortes.

No coração as cicatrizes são brilhantes. Depois das dores curadas, aumentam o brilho da alma, criam a aura do Sábio.
Sábio é quem doeu e se fez curar. Quem aprendeu seus limites e os limites do outro. Quem respeita a si mesmo e não gera mais dor. Porque doer uma vez é coragem... A segunda é puro desperdício...










domingo, 8 de março de 2015

Borboleta da Vida



Dia iluminado...

A aura do Mundo parece mais leve... A Esperança parece ser normal e fácil... Pelo menos hoje...

A Paciência, a Sabedoria, a Dignidade, o Prazer, a Alegria, a Compaixão, o Perdão, a Cooperação, a Brincadeira, a Soberania, a Tolerância, o Servir, a Beleza, o Carinho, o Apetite pela vida, todas as Estações e Ciclos, a Criatividade, a Paz, o Compartilhar, a Comunicação, a Intuição, o Guardar, a Caridade, a Fartura, a Gratidão, a Parceria, a Emoção, a Escolha, o Amor....
Todos estão em festa. Porque todos todos vivem intensamento no Graal. Seu Graal. Seu ventre de Vida.
Tantas Rodas se fazem rodar, tantas lágrimas se fazem rolar... E é muito bom.
Dia do Amor. Dia da dor. Dia do Amor depois de cada dor.
Dia dos Ciclos da Vida fazerem real sentido.
Dia de sentir o valor do sagrado de cada respiração. De inspirar a vida com toda a dignidade que nela vive, e expirar a mais bela expressão de todos os sonhos ainda não realizados na matéria mãe...
Dia de deixar as lágrimas rolarem soltas, sem culpa, por cada passo deixado na areia da vida, pelas pedras roladas, e pelas flores plantadas.
Dia de ser livre dentro da sua divindade, seja ela qual for para sua alma.
Queridas irmãs... Eu as honro em Mim. Sejam todas Sagradas...

Em suas escolhas, em suas vitórias, em suas quedas, em suas viradas, em suas (re)descobertas...
Sagradas no vestir, no olhar, no andar... Cantando, dançando, celebrando... Seja qual for a beleza que carregue em tudo isso.
Sagradas no movimento da vida sem fim, onde a lagarta desliza na terra, com dificuldade, e aprende, e aceita, e compreende. 
Sagradas no movimento da vida profunda, onde, depois da dor, o casulo da busca se faz, mergulha em si, e se ama, e se cura.
Sagradas no movimento da vida maravilhosa, onde a verdade floresce, as asas são descobertas, e voam, e conquistam a liberdade, o frescor, a alegria, novamente. 
Todos os ciclos são Sagrados, não importa em qual você esteja.
Sagrada no momento que pronuncia seu nome e diz quem você é e onde está.

Honro, no meu ventre e meu coração, infinitamente sua intensa Luz criadora e nutridora de toda a Humanidade... 
Você já é sagrada porque você é MULHER. 
É Sagrada por manter a função da renovação viva dentro de Si. Você é a borboleta da Vida....

Sinta intensamente seu Dia, minha querida Irmã!!!